Fiagros não saíram como o esperado, diz especialista

Fiagros não saíram como o esperado, diz especialista

Os Fiagro visam integrar terras como ativos financeiros, permitindo que o agronegócio seja autofinanciado. Os rendimentos dos Fiagro são provenientes da valorização da terra e das atividades agropecuárias ou florestais. De acordo com Luiz Alberto Melchert de Carvalho e Silva, economista, essa abordagem busca garantir transparência e fiscalização constante, já que os empreendimentos financeiros são regulamentados pelo Banco Central e pela CVM.   googletag.cmd.push(function() { googletag.display('agk_14000_pos_3_sidebar_mobile'); }); googletag.cmd.push(function () { googletag.display('agk_14000_pos_4_conteudo_desktop'); }); Ele considera que a iniciativa é considerada positiva, pois pode promover o desenvolvimento do setor agropecuário de forma independente dos recursos públicos, contando com o apoio dos órgãos de controle ambiental. “Os Fiagros deveriam também contribuir para a profissionalização da gestão do agronegócio, pois seriam tocados por empresas altamente especializadas. Isso atrairia capital via papéis como as CPR (cédulas de produto rural) e títulos delas derivados. Para facilitar o entendimento seria como se as empresas administradoras, no papel de consultoras dos fundos, arrendassem-lhes as terras que compõem seus ativos, fossem remuneradas pelo serviço prestado e os rendimentos distribuídos entre os cotistas que assumem o risco da operação”, diz ele, em artigo publicado no Jornal GGN. googletag.cmd.push(function() { googletag.display('agk_14000_pos_4_conteudo_mobile'); }); “Esperava-se que as terras fossem integralizadas, em trocas de quotas, pelos seus proprietários seja por sucessão familiar, seja por penhora, seja simplesmente por quererem sair do ramo. É que comerciar quotas de um fundo tem muito mais liquidez do que a venda direta de uma propriedade agrícola, cuja venda acaba a ocorrer pelo preço da terra nua, posto que nada garante que o novo proprietário pretenda atribuir-lhe o mesmo fim. Assim, todas as benfeitorias, fruto de investimento de anos a fio, tendem a ser simplesmente desconsideradas. Ao pôr suas terras num fundo, ele teria garantido o número de quotas equivalente à sua avaliação e não ao resultado de uma barganha direta”, indica. googletag.cmd.push(function() { googletag.display('agk_14000_pos_5_sidebar_mobile'); }); googletag.cmd.push(function () { googletag.display('agk_14000_pos_6_conteudo_desktop'); }); Para finalizar ele diz que os Fiagros surgiram de um movimento oposto ao esperado, com operadores do mercado financeiro comprando terras para integrá-las aos fundos. A Lei 14.130/2021 foi impulsionada pelo lobby desses operadores, buscando ganhos de capital em vez de investir em fazendas produtivas. Esses fundos atraem capital estrangeiro, contornando restrições legais. A taxa básica de juros contribui para essa distorção, exigindo rendimentos rápidos. O ganho de capital proveniente da exploração de novas terras é fundamental para alcançar a rentabilidade exigida pelo Banco Central.



FONTE: AGROLINK