Cotação do milho em Chicago não teve alteração
As cotações do milho em Chicago pouco se alteraram nesta última semana de maio, fechando o dia 1º de junho (quinta-feira) em US$ 3,70/bushel, contra US$ 3,69 uma semana antes. A média de maio ficou em US$ 3,66, contra US$ 3,60/bushel em abril.
A principal preocupação continua sendo o clima nas regiões estadunidenses de milho. A janela ideal de plantio foi encerrada e há possibilidades de alguma área passar para a soja. O excesso de chuvas no Meio-Oeste dos EUA já teria causado alguns estragos de qualidade nas lavouras semeadas.
Ao mesmo tempo, o plantio do cereal naquele país, até o dia 28/05, chegava a 91% da área, contra 93% na média histórica, alimentando a ideia de que nem toda a área venha a ser semeada. O relatório do dia 09/06 deverá oferecer um quadro mais exato desta situação, embora o principal relatório seja o do dia 30/06 que trará a área definitiva plantada.
Quanto à qualidade das lavouras semeadas, no dia 28/05 a mesma indicava 65% entre boas a excelentes, 28% regulares e 7% entre ruins a muito ruins, segundo o USDA. Nesse contexto, o clima continuará sendo o elemento central do mercado estadunidense nas próximas semanas.
Enfim, as vendas líquidas de milho, por parte dos EUA, somaram 457.200 toneladas para o ano comercial 2016/17, que se encerra em 31/08. O volume ficou 33% abaixo da média das quatro semanas anteriores. O Japão foi o principal comprador, com 227.400 toneladas (cf. Safras & Mercado).
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB fechou o mês de maio na média de US$ 160,00 e US$ 110,00 respectivamente.
Aqui no Brasil o mercado continua atento à volatilidade cambial diante da crise política nacional. Afinal, assim como na soja, o câmbio, para o milho, é uma variável importante para mudar o quadro baixista de mercado. Isso porque uma desvalorização mais contundente do Real pode levar a exportações mais importantes, puxando os preços locais para cima. Por enquanto, os negócios realizados no porto de Santos oscilam ao redor de R$ 31,00/saco para agosto e setembro. No mercado disponível os negócios são fracos, com poucos volumes e comercialização da “mão para a boca”. A exceção tem sido o Mato Grosso onde os volumes negociados continuaram bons, apoiados pelos leilões do governo (cf. Safras & Mercado).
Nesse contexto, a semana terminou com o balcão gaúcho fechando na média de R$ 22,62/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 26,00/saco. Um ano antes, o balcão pagava R$ 46,66/saco, enquanto os lotes valiam R$ 60,00/saco. Ou seja, nos últimos 12 meses, sem considerar a inflação, o balcão gaúcho perdeu R$ 24,04/saco e os lotes R$ 34,00/saco. No nortão do Mato Grosso os lotes perdem R$ 17,50/saco na medida em que um ano atrás os mesmos ali valiam R$ 32,00/saco em média. Atualmente, os lotes oscilam entre R$ 14,50/saco em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 28,50/saco em Videira (SC), contra R$ 60,00 um ano antes. Na região paulista da Sorocabana houve oferta entre R$ 24,00 e R$ 25,00/saco, enquanto o referencial Campinas recuou para R$ 26,50 a R$ 27,00/saco no CIF, mercado disponível.
Na prática, a crise política coloca compradores e vendedores de milho nacionais em compasso de espera. Os produtores tentam negociar o produto com prazos mais curtos de pagamento.
Enfim, segundo Safras & Mercado, o que realmente importará daqui em diante é o fluxo de navios nos portos. Por enquanto, as exportações estão muito fracas e há apenas 600.000 toneladas nomeadas para junho. Seria necessário exportações de 5 milhões de toneladas mensais, até janeiro/18, quando fecha o atual ano comercial, para que o Brasil alcance uma meta aceitável de exportação. Isso nos parece quase impossível no atual compasso cambial e ritmo de mercado. Paralelamente, a colheita da safrinha logo mais entrará forte e por 90 dias pressionará para baixo os preços locais.
Vale ainda destacar que a Conab previa realizar mais três leilões de milho, com operações de PEP, Pepro e contratos de opção, no dia 1º de junho. Seriam ofertadas 500.000 toneladas de Pepro, o mesmo volume de PEP e outros 7.400 contratos de 27 toneladas para contratos de opção.
FONTE: AGROLINK