Emater incentiva produção de palmito para melhorar renda de agricultores familiares
A Emater de São Jorge do Patrocínio, no Noroeste do Estado, atua em parceria com a Secretaria Municipal da Agricultura para viabilizar a entrada da cultura da palmeira pupunha, planta nativa da região Norte do Brasil usada para a produção sustentável de palmitos. O objetivo é apresentar aos pequenos produtores mais uma alternativa de uso do solo e de geração de renda.
De acordo com o extensionista Rafael Meier de Mattos, existem vários fatores que indicam que a proposta pode ser colocada em prática com sucesso. "A pupunheira é uma planta que exige bastante água. Aqui, temos um sistema comunitário de irrigação que pode perfeitamente atender essa necessidade da cultura. Além disso, existe uma agroindústria na região que está em busca de matéria-prima para a produção de conservas”, acrescenta.
O técnico explica ainda que o investimento é baixo - já que existe um sistema de abastecimento de água para irrigação instalado na maioria das comunidades rurais - e pode ser financiado com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que cobra juros compatíveis com a realidade do agricultor familiar.
O engenheiro agrônomo Edison Eiti Mikami, coordenador regional da Emater de Cianorte, também está otimista com o projeto. Na avaliação dele, já existem pelo menos 35 famílias no Noroeste do Estado lidando com o cultivo da palmeira pupunha. "Com irrigação, essa planta tem um bom desenvolvimento e produtividade, podendo, a partir do segundo ano de plantio, dar ao produtor uma receita líquida anual de R$ 17 mil para cada hectare plantado".
Outra vantagem da cultura, comenta Mikami, é o fato da pupunheira permitir colheitas o ano inteiro. "A cada quatro meses o produtor faz um corte, retirando 2,5 mil hastes por hectare, vendidas ao preço médio de R$ 2,70 cada haste". Segundo o extensionista, após implantada, a cultura produz por muitos anos e tem um custo de manutenção que corresponde a apenas 40% da receita.
"Isso quer dizer que o produtor gasta cerca de R$ 10 mil por ano para o custeio da cultura e, em contrapartida, coloca no bolso com a comercialização algo em torno de R$ 27 mil no mesmo período. Quanto à longevidade, o que podemos afirmar é que já temos plantações com mais de 30 anos e em plena capacidade produtiva", destaca Mikami.
NA PRÁTICA - A iniciativa da Emater e da Prefeitura de São Jorge do Patrocínio para a introdução da cultura da palmeira pupunha no município conta com a participação de vários outros parceiros. Entre eles está o Instituto de Florestas do Paraná e a Agroindústria Vila Planalto, de Cruzeiro do Oeste, que trabalha com a produção de conservas de palmitos e está disposta a comprar toda a produção de São Jorge do Patrocínio.
Como parte da estratégia de desenvolvimento do projeto de implantação da cultura, na última semana a Emater e a Secretaria Municipal da Agricultura promoveram uma palestra técnica sobre o tema o cultivo e a comercialização de palmito pupunha. O evento reuniu cerca de 80 pessoas, entre elas produtores rurais interessado no negócio e alunos da Casa Familiar Rural.
FONTE: AGROLINK