Preços de trigo atingiram os maiores valores nominais do ano

Preços de trigo atingiram os maiores valores nominais do ano

Em junho, os preços de trigo atingiram os maiores valores nominais do ano – no mercado de balcão e de lotes –, permanecendo em patamares elevados durante todo o período. O movimento de alta deve-se à elevação cambial e à instabilidade das cotações internacionais, além da demanda mais aquecida, da retração de vendedores diante das incertezas climáticas na região Sul do País e dos baixos volumes disponíveis a serem comercializados.

Os aumentos nos preços do cereal foram observados em diversas praças acompanhadas pelo Cepea. No mercado de balcão (pago ao produtor), as cotações encerraram o mês com elevação de 6,3% no Rio Grande do Sul, de 2,1% em Santa Catarina e de 5,3% no Paraná. No de lotes (negociação entre empresas), os preços iniciaram o mês estáveis, mas, diante da necessidade de compra de agentes, registraram altas significativas a partir da segunda semana do mês. No Rio Grande do Sul, a valorização foi de 8%, em Santa Catarina, de 4,6% e no Paraná, de 4,5%. No campo, produtores estiveram apreensivos quanto ao atraso no semeio do trigo, em função das chuvas ocorridas no início de junho, especialmente no Rio Grande do Sul. Porém, a partir da segunda quinzena do mês, as condições climáticas melhoraram, permitindo a retomada dos trabalhos nas lavouras. Desta maneira, o cultivo do grão progrediu na região sul-rio-grandense e também no Paraná. Na Argentina, por sua vez, mesmo com contratempos climáticos, os cultivos apresentaram boas condições no mês. FARINHAS – Mesmo com a fraca demanda, devido à redução no consumo, os preços da maioria das farinhas aumentaram em junho, em comparação com o mês anterior, devido ao aumento nos valores do trigo em grão. A moagem do grão, que esteve lenta nos quatro primeiros meses do ano, segundo o IBGE, apresentou ritmo um pouco mais acelerado no mercado brasileiro em junho, de acordo com colaboradores do Cepea.

Em comparação com o mês anterior, em junho, as cotações das farinhas para bolacha doce, panificação, bolacha salgada e massas frescas aumentaram 2,65%, 1,91%, 1,40% e 0,72%, respectivamente. Já a farinha integral, massas em geral e pré-mistura se desvalorizaram 2,27%, 1,21% e 1,11%, na mesma ordem. FARELO DE TRIGO – Quanto ao farelo de trigo, as cotações seguiram movimentos de baixa em junho, devido à alta oferta, baixo consumo e às chuvas no início do mês, que beneficiaram as pastagens. Desta forma, O valor para o a granel recuou 5,71% e do ensacado, 1,25%. MERCADO INTERNACIONAL – Nos Estados Unidos, apesar de oscilarem no correr de junho, os contratos futuros de trigo encerraram o período com expressiva alta. As baixas vistas no início do mês estiveram atreladas ao clima favorável ao desenvolvimento da safra de primavera e ao movimento de queda do milho. Em contrapartida, as especulações quanto às mudanças climáticas, que podem limitar a produção, impulsionaram as cotações. Com isso, o contrato Julho/17 do trigo Soft Red Winter na CME Group (Bolsa de Chicago) avançou 19%, fechando a US$ 5,1100/bushel (US$ 187,76/t) no dia 30. Na Bolsa de Kansas, o contrato Julho/17 do trigo Hard Winter fechou com alta de 18,4% no mesmo período, a US$ 5,1125/bushel (US$ 187,85/t).

IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO – As importações brasileiras de trigo somaram 459,65 mil toneladas em junho, volume 8,3% menor que o do mês anterior, porém 11,9% maior que o acumulado no primeiro semestre de 2016. Do volume importado, 84,5% veio da Argentina, 12,75% do Paraguai e 2,76% dos Estados Unidos, segundo dados da Secex. No segmento de farinhas, as compras externas aumentaram 0,5% de maio para junho, totalizando 34,9 mil toneladas - se comparado com junho/16, este percentual está em 4,8% superior. As exportações brasileiras deste derivado aumentaram 13,7%, indo para 3,7 mil toneladas, frente a maio/17.

FONTE: AGROLINK