Conab estima queda de 11,3% na safra total de café do Brasil em 2017
A safra total de café do Brasil em 2017 deverá recuar 11,3 por cento na comparação com 2016, para 45,6 milhões de sacas de 60 kg, devido à bienalidade negativa na maior parte das regiões produtoras de arábica, previu nesta quinta-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na projeção divulgada em janeiro, a Conab havia estimado a safra total em um intervalo de 43,65 milhões a 47,51 milhões de sacas. A estatal apontou uma previsão de colheita de café conilon (robusta) maior do que o previsto anteriormente.
Na safra passada, a produção total do maior produtor e exportador global atingiu um recorde de 51,37 milhões de sacas, com grande contribuição das lavouras de café arábica, que neste ano terão seu potencial reduzido após elevadas produtividades em 2016. "O ciclo de bienalidade negativa do grão é responsável pelo resultado, apesar das boas condições climáticas nas principais zonas de produção de Minas Gerais --maior produtor nacional, com 25,4 milhões de sacas", notou a Conab em relatório.
O arábica responde por cerca de 80 por cento da produção nacional de café, e uma queda na safra deve colaborar para um déficit no mercado global da commodity. A Conab estimou queda de 18,3 por cento na produção de café arábica ante 2016, para em 35,4 milhões de sacas, enquanto apontou a produção de café robusta em 10,1 milhões de sacas, um aumento de 26,9 por cento ante 2016, quando a seca afetou severamente a colheita.
A elevação da safra de conilon se deve à recuperação da produtividade nos Estados do Espírito Santo, da Bahia e de Rondônia, em razão da maior utilização de tecnologia do café clonal, de mais investimentos nas lavouras e das boas condições climáticas. Já a produtividade média prevista para as duas variedades de café deve recuar 7,5 por cento, estimada em 24,35 sacas por hectare, segundo a Conab.
O arábica, que mais sofre a influência do ciclo de bienalidade negativa, deve ter produtividade de 24,07 sacas por hectare e o conilon, de 25,41, afirmou o relatório. A Conab também apontou uma queda de 0,5 por cento na área total cultivada, devendo ficar em 2,2 milhões de hectares (341,4 mil hectares em formação e 1,9 milhão de hectares em produção).
Há previsão de queda de 4,1 por cento na área em produção por ser um ano de bienalidade negativa para o café arábica, onde parte da área é manejada. Problemas climáticos pontuais para o café conilon, como seca e má distribuição de chuvas nos três últimos anos no Espírito Santo (maior produtor da variedade no país), também contribuíram para a redução na área em produção.
FONTE: AGROLINK