Famílias beneficiárias do Programa Nacional do Crédito Fundiário acolhem alunos da UFSC
Durante 20 dias, alunos de agronomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vivenciaram de perto a rotina diária de agricultores familiares catarinenses. De 3 a 23 de agosto eles ficam hospedados com famílias de agricultores do município de Imbuia, num aprendizado que vai muito além do conhecimento técnico, como conta o aluno Luiz Fernando de Souza, acolhido pela família Schaffer, beneficiária do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF).
“Foi uma experiência sensacional. Apesar de eu ser filho de agricultores, poder vivenciar outra realidade tem me permitido conhecer um novo modo de gestão familiar, as formas de produção, a organização do município e, principalmente, a motivação que leva esses agricultores a manter o plantio da cebola, apesar das dificuldades. São conhecimentos que não estão nos livros”, contou, entusiasmado.
A agricultora familiar Roseli Schaffer, beneficiária do PNCF – que além do Luiz Fernando também acolheu outro aluno, o Luis F. Knoth – disse que para a família a troca está sendo muito produtiva. “Os meninos são muito educados, nos ajudam com as coisas da casa, na lida com a terra, tiram nossas dúvidas e estamos sempre trocando experiências”, comentou ela, que é carinhosamente chamada pelos estudantes de “mãe”.
O jovem Knoth, natural do município de Angelina, diz que embora tenha sido criado no meio da agricultura, o tempo passado com a família Schaffer foi muito proveitoso. “Para mim é uma nova realidade, o jeito deles trabalharem aqui é bem diferente do nosso. Essa experiência tem me feito dar mais valor às coisas simples, ser mais presente e a reclamar menos. Um aprendizado para o resto da vida”, completou.
Qualificação diferenciada
De acordo com a professora adjunta e coordenadora da matéria na universidade, Daniela Pacífico, a disciplina Vivência em Agricultura Familiar foi criada para oportunizar aos estudantes do curso de agronomia da UFSC, na maioria urbanos, conhecer a rotina do agricultor familiar e do rural catarinense. Com uma carga horaria de 216 horas, a matéria, que foi criada há 24 anos de forma pioneira, é obrigatória e articula ensino, pesquisa e extensão, marcando a transição do período básico para o profissionalizante.
Para Daniela, que acompanha in loco a vivência, a disciplina é muito valiosa, na medida em que contribui de forma significativa na formação de profissionais mais qualificados e comprometidos com a agricultura familiar do estado.
Parcerias de excelência
Além da parceria permanente da UFSC com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Santa Catarina (Fetaesc), em Imbuia, a equipe local foi composta por representantes da prefeitura, da Epagri, da UFSC, do Sindicato de Trabalhadores Rurais (STTR) e do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município, que, segundo a coordenadora do curso, são parceiros de excelência, dando apoio incondicional à ação, possibilitando um resultado diferenciado na execução das atividades.
Neste período, 57 alunos (42 de agronomia e 15 de zootecnia), com idade média de 23 anos, foram acolhidos por 40 famílias de agricultores familiares do município de Imbuia. Destes, 50% são mulheres, um fato novo em se tratando dos cursos de ciências agrárias.
O prefeito de Imbuia, João Schwambach, – que, na condição de agricultor familiar, acolheu alunos do curso –, destacou que a conveniência foi muito gratificante e proveitosa, pois além da experiência deixada pelos estudantes, os agricultores têm, mais adiante, a oportunidade de conhecer as instalações, projetos e pesquisas promovidos pela UFSC para a agricultura. “Com a vivência todos saímos ganhando e isso acaba refletindo positivamente na agricultura do município.”
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FONTE: AGROLINK
