MEA/MS: Analista da Famasul aponta produtividade como garantia de rentabilidade
“Apresentar o Mapeamento da Economia Agrícola de Mato Grosso do Sul mostra o quanto o produtor rural tem feito a lição de casa, consolidando o potencial da nossa agricultura e o desenvolvimento sustentável da atividade”. A afirmação foi feita pelo vice-presidente do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Nilton Pickler, enfatizando a importância do projeto, que tem apoio da instituição, lançado nta quinta-feira (25), na sede da Casa Rural.
“Na última safra da soja 8,5 milhões de toneladas colhidas, um recorde para Mato Grosso do Sul. Com o milho vamos para o mesmo caminho caso o volume colhido seja o projetado, que é de 9,1 milhões de toneladas”, afirmou Pickler que destacou ainda: “Os resultados revelam a interdependência entre os módulos de gestão, tais como: planejamento da produção, qualidade, custos, recursos financeiros, comercialização e recursos humanos”.
Durante o evento, o analista econômico do Sistema Famasul, Luiz Gama, apresentou dados sobre os custos de produção da agricultura sul-mato-grossense, levantados no MEA/MS. O levantamento dos custos de produção de soja indicam que a safra 2016/2017 foi de margem ajustada, ou seja, dependendo da região sobra muito pouco ao produtor como é o caso de Costa Rica , 2 sc/ha e Amambaí, 3 sc/ha, isso graças à boa produtividade da safra 2016/2017.
“A produtividade nesta safra foi justamente o que salvou a rentabilidade do sojicultor sul-mato-grossense, um exemplo, em Costa Rica a produtividade esperada, no momento do levantamento dos custos, era de 55 sc/ha, o que zerava a rentabilidade da soja naquele município. Após o levantamento de produtividade por município constatou que a média de produtividade do município foi de 59 sc/ha, ou seja, agora sobra ao produtor local cerca de 2 sc/ha”, aponta o economista.
Segundo Gama, no caso do milho a produtividade esperada é muito positiva, mas ao contrário da soja, não será suficiente para cobrir o custo operacional efetivo (COE), aquilo que efetivamente sai do bolso do produtor. “Em Chapadão do Sul o produtor precisa comercializar 32 sacas de milho para pagar seu custo com sementes de milho por hectare, a produtividade do milho esperada por lá é de 110 sacas/ha, ou seja, 30% da sua produtividade por hectare vai apenas para o pagamento das sementes de milho, essa foi uma reclamação muito recorrente nos painéis de custo de produção apurados pelo Projeto MEA/MS.”
“O produtor deve ser um exímio gestor da sua unidade de produção, já que da porteira para fora ele não consegue exercer qualquer influência sobre a formação do preço de comercialização. É preciso estar atento a cada detalhe da formação de seus custos e mexer onde dá pra mexer, porque pequenos ajustes podem trazer grandes resultados”, orienta.
Segundo o presidente da Aprosoja/MS, Christiano Bortolotto, o MEA/MS é uma ferramenta de apoio: “Esse é um mecanismo que traz competitividade, sustentabilidade e integração para a produção do Estado. Através dos resultados do MEA/MS, o produtor consegue comparar os custos da sua realidade particular, da sua propriedade, com a média de custos que está sendo praticada nas demais regiões produtoras”.
As informações foram colhidas por meio de painéis agrícolas nos municípios de Três Lagoas, Maracaju, Sidrolândia, Ponta Porã, Iguatemi, Naviraí, Chapadão do Sul, Sonora, Costa Rica, São Gabriel e Amambai. Por meio dessas reuniões, foram caracterizados os sistemas de produção praticados nessas cidades, bem como os coeficientes técnicos relacionados aos insumos, máquinas, implementos, serviços e vetores de preços praticados na localidade.
O projeto foi executado por meio do Convênio com o Fundems/Sepaf, realizado entre a Aprosoja/MS - Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul e a Semagro - Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar. A Famasul é apoiadora do projeto e a Embrapa Agropecuária Oeste, sediada em Dourados, é co-realizadora.
Participaram também do evento Renato Roscoe, Superintendente de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Produção e Agricultura Familiar, representando o secretário Jaime Verruck, da Semagro; e o deputado estadual Junior Mochi, presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, e pesquisadores da Embrapa Agropecuária Oeste.
FONTE: AGROLINK